sexta-feira, 16 de dezembro de 2016


IV

No meio do plaino abandonado
Em urros deitei contas à vida
Às tantas chorei, já tinha dorida
A voz, rouca de tanto ter gritado.

Nisto encoberta, clara e difusa
Ouço uma voz do céu que se abria
E vi uma imagem que então descia
E que em altos berros me grita e acusa:

"Desgraçado poeta, por que choras?
Mas não entendes que é esse viver
Que te atraiçoa e te faz sofrer?

Acorda, poeta, por que te demoras?
Muda então, tenta perceber;
Podes ser feliz, é só querer."

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