sábado, 17 de fevereiro de 2018

Nocturno II

Ó branca noite dos sussurros e segredos
Que vou deitando, devagar, à cabeceira
Manda chamar a Lua tua mensageira
Manda-a romper do seu negrume os arvoredos;

Manda-a acordar como se fora um novo dia
As avezinhas que no céu já vi cantando
E nos outeiros o rio mando que corria
Possa afagar os meus anelos como dantes...

E quando o Amor vier voltar a sua face
A quem lhe reza com o coração nas mãos
Vem só, noite nova, aspergir nos sonhos vãos
Aquela estrela que a saudade quer que enlace;

E ela brilha, com fulgor, nos olhos dela
E ela clama por quem a queira olhar assim...
Ó branca noite, que os amantes acautela
Possa essa estrela vir morar dentro de mim!...

Sem comentários:

Enviar um comentário