terça-feira, 4 de julho de 2017

Soneto Alexandrino

XXVII

Não guardes mais, meu amor, minh'alma triste
Não guardes mais, nem a cuides, nem dês alento
Que em almas que se habituam ao sofrimento,
Por mais que o evitem, ele persiste...

Tentando curar meu espírito, mo partiste
Ou sou eu que não sei viver sem um lamento;
Vai então, leva os meus beijos em testamento
E esquece os meus olhos mais o que neles viste...

Meu coração é uma rosa macerada
Que desfolho no meu espírito e no meu peito
A troco de sonhos vãos e de quase nada;

E é só criando devaneios, universos,
Que 'inda encontro, de meu modo tão contrafeito,
Consolo nas lágrimas claras dos meus versos...

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