quinta-feira, 31 de agosto de 2017


XXXIII


No alto do Castelo da Poesia

Desfolho-me em versos por mim chorados
Uns mais pintura e outros mais cantados
Outros verdade e outros fantasia...

Orquestras de sonhos eu conduzia

Mais coros de sonhos crucificados
E uma ave, de olhos ensanguentados,
Sentada num banco olhava e ouvia...

Eis que então avisto os anjos celestes

E eu, como quem não 'spera e não crê,
Aceno, grito, dispo as minhas vestes...

Os anjos passam e fico à mercê

De espectros, de sonhos, de aves agrestes
E ninguém me ouve, nem ninguém me vê...


Sem comentários:

Enviar um comentário