segunda-feira, 28 de agosto de 2017

XXXII

Só, vejo-te deitada, meu amor
Com os teus cabelo ruivos ao vento
No regaço, em profundo desalento,
Vai murchando lentamente uma flor.

Contudo a vida é breve e sem pudor
Te extinguirá, ninguém lhe está isento,
Como essa flor que outrora, num momento,
Colheste viçosa e que não tem cor...

Mártir breve da sorte e do Destino
Não és mais que um choroso violino
E que se irá perder em bruma fria;

E é só com a lembrança abandonada
Que p'ra sempre te encontrarei deitada
Tão clara e pura como a luz do dia...


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