segunda-feira, 11 de setembro de 2017

XXXVI

Que qu'reis, senhora minha, que cuidados
'Sperais dum coração impaciente?
Que qu'reis de quem, vivendo descontente
Gravou no peito vão mares irados?

Que qu'reis de quem cultiva tais estados
De em templos de tristeza ser contente?
Que qu'reis p'ra amar assim tão docemente
Quem 'scolhe a dor fremente p'ra seus fados?

Sois vós, gentil senhora, que em amando
Aquele que usa a pena como espada
P'ra derrotar seus males e seus medos

Vai um mesquinho ser santificando
Dando à cruz a sua alma abençoada
A troco do cru amor e seus segredos...

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