quarta-feira, 11 de outubro de 2017

A que vens, tardio Amor

A que vens, tardio Amor
Quando a Lua te enobrece?
Vens cumprir teu vil labor
De matar quem te não esquece?
Se por ti morri absorto
Por que vens matar um morto?

Mas se a minha morte vã
Não chegar p«ra teus amores
Vem no ventre da manhã
Vem cobrar meus ais em dores
Que, ai de mim! a vida tiro
Se te roubar um suspiro.



Traz então o cru punhal
Que carregas no olhar teu
Abre o peito que, afinal,
Nunca foi não mais que teu
E grava nele, corte a corte,
O teu nome, que me é morte.


Sem comentários:

Enviar um comentário