Foi um sonho que eu tive...
Encontrava-me num grande jardim
De flores colorido
E onde sonho ou fantasia
Nunca fizeram tanto sentido..
Foi num rodopiar de borboletas
Esvoaçantes
Pelo céu, na imensidão,
Que vi, embalado pela canção
Dos pássaros cantantes,
Das águas do regato,
Um rosto...
Seus olhos eram o orvalho
Pendente nas folhas da trepadeira
Que ostenta a minha janela...
Tal com como passou a tarde
Também chegou a noite...
E, de manhã, eu entendi...
Aquilo não fora um sonho
E aquele rosto, meu amor, era o teu,
Guardado num jardim florido
Dentro do meu coração...
quinta-feira, 29 de setembro de 2016
terça-feira, 27 de setembro de 2016
O Coração
Esta noite eu chorei
Por pouco os olhos não chorava
Pelas penas que passei
Sem ver que solo pisava.
Esta noite chorei lagos,
Logo chuva passageira
Pelas penas que passei
Mediante vida inteira.
Esta noite chorei rio
Que correm para o mar;
Levam-me num barco verde
Com trovões a velejar.
Chorei lagos, chorei rios,
Só não chorei o coração,
Atirado a sete léguas
Nas teias da Solidão.
Estivera eu em terra
Ó, que vida desgraçada!
Fiquei no meio do mar
Sem olhos, barco... sem nada...
Ficou só o coração
Pela maré sem destino
Colhido por fadas boas,
Transformado em oiro fino.
Ficou só o coração
Pela maré a boiar.
É um veleiro sem rumo:
Quem sabe onde irá parar?
Vera cruz não é morrer
Nem viver vida de louco
Mas sua terra esquecer
E no mar perder-se um pouco.
Foi a Lua sua guia
E o Mar foi sua estrada
Ascendeu ao firmamento:
É o Sol da madrugada...
domingo, 25 de setembro de 2016
Flor Solitária
Há vida nos meus sonhos
Que os olhos não podem ver...
Houve outrora uma floresta
Que só eu vi em sonhos
Mas que os meus olhos não viram...
Lá havia a Poesia!
Lá voavam os pássaros
E cantavam com o riacho
Em eterna sinfonia.
Lá o Sol luzia!...
Reinava a Alegria!...
Há poesia nas coisas
Como sendo numa flor
Só, numa floresta cerrada
Aos meus olhos
Mas aberta
Aos meus sonhos...
Há poesia nas coisas
Como sendo numa flor...
Mas o Sol já se pôs,
Os pássaros já não voam,
O riacho já não canta
E eu já não vejo...
Ficou algures a flor
Perdida pelos meus sonhos
No meio da floresta...
E eu, que não vejo nada
Penso, embora abalada
Qual a cor do Amor...
A flor já murchou,
A noite já caiu,
Os pássaros morreram
E o riacho secou...
Ficou apenas a Música
A ilustrar o que, em tempos,
Os meus sonhos viram
Para o tornar memória;
Outrora os pássaros voavam,
Cantavam com o riacho
Em eterna sinfonia.
Outrora o Sol luzia
E conto, com saudade,
Que outrora houve uma flor,
Nas florestas solitária,
Perdida pelos meus sonhos...
Esta noite eu sonhei:
Não havia floresta, não havia nada,
Antes a calmaria anunciada
Da noite que chegava...
Eu tocava para a flor
E a flor dançava, dançava...
Dançava sem parar
E, ao chegar a madrugada,
Ambos voámos em direcção ao céu
Resplandecente
Que, à luz do Sol, luminescente
Nos embalava, suave e calmamente,
Na certeza de alcançar o Infinito
De uma cor branca, cor de marfim,
E onde viveríamos os dois
Eu e a flor
Ontem
Hoje
Amanhã
Até ao fim dos tempos...
Era um sonho como era um sonho.
Se este sonho fosse verdadeiro
Mas que feliz eu seria!...
Ai eterna saudade
Daquela flor que, em tempos,
Foi a minha alegria!...
sexta-feira, 23 de setembro de 2016
Folha
Uma folha de Outono
C
a
i
Rodopia no ar
E p
o
u
s
a nas calmas águas do lago
Cuja luz reflecte
A porta larga dos meus Sonhos...
quarta-feira, 21 de setembro de 2016
Neve
A neve caía
Branca e sem mácula
Como uma rosa
Que se desfolhava
Pé
ta
la
a
Pé
ta
la
No cascalho do caminho...
Branca e sem mácula
Como uma rosa
Que se desfolhava
Pé
ta
la
a
Pé
ta
la
No cascalho do caminho...
Etiquetas:
flores,
neve,
verso branco
Local:
Portugal
segunda-feira, 19 de setembro de 2016
Cançoneta
A estrelinha pequenina
Que eu vejo da janela
Não a posso alcançar
E não deito mão a ela.
Mas isto tem solução:
Vou pegar na escadinha
Que está na arrecadação
Bela estrela, agora és minha!
De alegria tenho tudo
De tristeza tenho nada
Ao ouvir o canto mudo
Da estrela minha amada.
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