Deitada sob o véu claro
de estrelas
Dormias; e nas mãos,
abandonada,
A lamparina alegre do
astro-rei
Rodava a contraponto de
ouro e mel
Que teces pela boca
aveludada…
Os pés cruzando a terra,
lado a lado,
Pendidos no suspiro de um
repente
No seio de mármore triste
e alvo
Pisam a piton que
entrelaçada
Nos teus sonhos dança
eternamente.
Erguida ao firmamento a
fronte justa
Que das veias divinas se
coroa
‘Sperando não se sabe
como e quando
Chegar ao homem vão o
duro mando
Com que o deus amoroso o
abençoa,
Anoiteces; e elevando a
branca luz
Ao espaço cor de bruma em
que repousas
A Lua, dormitando
embevecida
Sobre leves teias de céu e
ar
Derrama pesarosa pela
areia
A linha carregada
oracular
Dos olhos que se vão na
maré cheia.
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