Poderás esconder os
altares
A veia calma
Poderás esconder os
abismos
Que guardas no espelho da
alma
Poderás verter a preceito
Gota a gota, verdejando,
As estrelas que guardas
no peito
‘Screvam crineias das
fontes os versos que a terra nos deu
Colhidos por quem os
deitou, chorados por quem mereceu
Poderás ainda afinal
Escrever na terra um
sinal
De quem traz a aurora na
mão
Poderás trazer tão
somente
Uma nota
Uma só nota que traga
fremente
A lira do coração
“Screvam nos frisos,
colunas – erguidos ao céu que proclama –
Os hinos que trazem
nascidos na sorte que ao fado vos chama
Trouxe um búzio no ouvido
Nas espirais desenhei
segredos
Sussurros
Que rodam no mesmo
sentido
Poderás esconder sete
mares
Num Helesponto perdido
Trazer no búzio que roda
Perfumes de velhos ares
Pedaços de um sonho não
lido
Parte um navio dourado
rumo às costas perdidas
Leva segredos, grilhões
de virgens adormecidas
Escondi dos deuses o nome
das pedras
Onde derramo o vinho das
minhas libações
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