sábado, 17 de março de 2018

Klepsydra


Ela era a última do seu tempo
Saltou do botão negro do relógio
Direita à poeira cor de cinza
Ela veio com as ondas
Da alvorada, cheia
De ar, de vento
E nada. Ela era
A última
Era.

Ela era a última das esferas
Que rodam a compasso o coração
Ela caiu da árvore da Lua,
Órfã das estrelas. Na
Boca selada ‘stava o
Sinal do deus que
Cantava e ela era
A última
‘Sfera.
  
Ela era a última Galateia
Que os mares revolve acesa. Às
Ondas ergueu a testa muda
E queda, tão alta como
Antena, agudo olhar
De seta e ela era
Da sua casa a
Última que
Viera.

Ela era a última por ser ela
Os versos de rio brotando do chão
Ela era a última e por isso era
Dos deuses a pena da inquietação.



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