Onde o silêncio gris se
anuncia, ali
Ali, onde cruzes de pedra
chamam nuvens
Ali por baixo delas dorme
o deus…
Tem as costas aladas
pelos ventos
Crescentes pela luz da
alvorada
E os pés sob o riacho se
revolvem;
O olho do falcão repousa
na cabeça
Adormecida; a mão direita
Ergue-se como pináculo
nas colinas
Escrevendo novas ondas
nas montanhas…
Ao longe os pinheiros
vergam-se como ovelhas
À passagem do mestre que
as domina;
Ali, nas planícies tão
tamanhas
Ali suspenso por canções
velhas, o deus
Repousa sob o véu da
neblina…
Vagando nos cabelos de
água doce
Sobre a pele vermelha as
oliveiras
Enterram as raízes no
sangue do deus…
Na terra abri covais e
neles
Estendi-me sob o céu azul
de estrelas
Contando com a luz de
novas eras;
Ali, onde a terra
vermelha se revela
Onde o saber antigo se
desdobra, ali
Ali, por baixo das
cruzes de pedra crescem vimes
E ali por entre os vimes
espera o deus
Não crê que assim o
creiam por seu modo
Não cuida que se vai em
céus cuidando
O deus, que do rio lhe
toma o nome
O deus por revelar que em
versos rodo
Vence o silêncio gris e
vai sonhando…
Pintámos sóis de prata,
eu e o deus e neles
As terras por nascer se
vão criando…
Sem comentários:
Enviar um comentário