sábado, 4 de março de 2017

Eco


Encostado a colunas dóricas de mármore frio
Estendo os braços ao céu e canto:
"Brancas nuvens, céu azul, sol dourado
Diz-me novas dos olhos daquela que os tem verdes
E que uma vez dada a vida não tira!"
E das nuvens brancas uma voz diz:
         "tira"...

Passeando por entre bosques densos e florestas
Abraço uma árvore com força e murmuro
"Florestas escuras e copas negras
Dizei-me se vistes aquela a quem aos cabelos destes cor
Que encontrei ao acaso e que jamais foge!"
E dos ramos das árvores uma voz diz:
        "foge"...

Caminhando por prados e campos floridos
Aprecio as flores e digo
"Brancas flores, mãe Natureza,
Dizei-me se acaso passou uma filha vossa
Aquela que me tem e que jamais me abandona!"
E de uma flor uma voz disse:
        "abandona"...

Seguindo sem parar o curso de um rio
Olho o horizonte e brado
"Aos seres que habitam as águas, a terra e o céu,
Dizei-me se está um ser que dá pelo nome Eliane
Aquela a quem às nuvens cantei Eliane
Aquela a quem às árvores murmurei Eliane
Aquela a quem às flores chamei Eliane
Que me deu a vida e que jamais morre!"
E do nada uma voz disse
       "morre"...

Eco lança um suspiro...


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