segunda-feira, 13 de março de 2017

Europa


Vi-te na estrada para Delphos
Com uma ânfora segura à cabeça
A cidade ao longe desvanece-se
Perde-se numa névoa cor de cinza
Já sem cor nas paredes centenárias
A estrada para Delphos
Oculta-se na poeira dos caminhos.

Vi-te na estrada para Delphos
O oráculo repousa ao pé do rio
A ânfora na tua cabeça partira-a eu
Em tempos de que perco a memória
Uma sereia rasga os céus e a estrada
O vento Austro geme cansado
E dá lugar para cantar à minha lira.

Vi-te na estrada para Delphos
Junto a colunas frias de mármore
As flores fecham, os pássaros partem
Créos massivo irrompe das nuvens
O rio passa como o tempo que passa
O nosso barco entra no mar alto
A saudade corta o vento que nos leva...

A luz já não é forte, é fraca e fria
A noite escura e triste acaba o dia,
A sombra de Delphos longe é já perdida;

E mesmo resvalando a terra inteira
O nosso touro é o barco de madeira
E tu a Europa rumo à terra prometida...


Sem comentários:

Enviar um comentário