sexta-feira, 12 de maio de 2017
Era de Manhã
Era de manhã.
Era de manhã quando te vi junto às escadas
O verde da relva confundia-se com os teus olhos
E o azul do céu dava cor à minha alma...
... E era de manhã...
Era de manhã quando te vi junto às escadas
Eu olhava-te, tu olhavas-me
E o desejo de tocar a tua alma
Era mais forte que a própria Natureza...
... E era de manhã...
Estendes-me um braço; eu
(Na varanda da qual saíam as escadas)
Estendi o meu, tudo em vão
E, quando pensaste que chovia já,
Notaste serem as minhas lágrimas que caíam da varanda
E bebias as lágrimas que caíam da varanda
E me dizias para não chorar...
Nisto um vento célere limpa as silvas das escadas
Eu limpo as lágrimas, tu esperas em baixo
Coloco um pé, coloco o outro
E,
Degrau
A
Degrau,
Cheguei a ti...
(Só quem ama é capaz de entender o ser das coisas
Não saber reconhecer que ar respira
E ter um motivo para chorar...
Só quem ama se afoga noutro sopro
E deixa de ter a percepção das coisas
Onde começas, tu acabas
Não existe... simplesmente é-se...)
Era de manhã quando te vi junto às escadas
E, juntos, reparámos que nunca houve escadas
(Triste ilusão humana,
Que ainda precisa imaginar pontes para chegar onde sempre esteve...)
... E era de manhã...
Era de manhã quando te vi junto às escadas
Era de manhã quando te vi
Era de manhã
Era
(Destruídas as escadas da vida, a verdade resume-se a ser...)
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