quarta-feira, 19 de julho de 2017
XXXI
Me fez Eros cruel seu servo triste
Das lágrimas que chorei fez seu furor
Pois não quer em meus versos ver Amor
Mais mágoa e mentira que persiste...
A alegria em ter quem quero não existe
E escolhi quem me não quer e criei dor
Veio outra à qual me dei sem ter pudor
P'ra esquecer quem tanto quis d'alma em riste...
Do Amor, meu soberano, é a vontade
Que me dê a amores falsos e insanos
Sem nunca ter quem amo de verdade
E fazendo uso vil de tais enganos
Assim Eros me escolheu sem piedade
P'ra eterno prisioneiro de seus danos...
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