XXI
Sentada em seu trono de estrelas, sonho,
Uma Lua branca, cheia, assim pensa:
"Não há ser vivo que tenha indif'rença
À minha beleza, assim o suponho..."
'Sperou a noite; já o Sol risonho
Se estendeu c'o dia (é de outra pertença)
E, satisfazendo a sua querença,
Debruça-se a Lua no mar medonho:
"Mas quem é esta que vive no mar
Mais bela que eu, tão curva, invulgar?"
E, virando o rosto, ficou sisuda;
E; noite após noite, de inveja e mágoa
Não entendeu que o que vira na água
Era o seu rosto que c'o tempo muda
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