XXXIX
Flor dos tardos dias, vem dolente
Trazendo nos teus olhos, caro bem
Dois círios, um por ti e outro por quem
Te pedirá que o veles tristemente.
Derrama as tuas pétalas somente
Na lousa que me cobre e me sustém.
É tão mais doce a vida quando além
Se morre e tem quem chore eternamente!...
Vai, deixa-me cantar ao desafio
Deitado em meu sepulcro branco e frio
Como se fora Amor quem dera o mando
E reza, s'rena flor, reza esquecida
Que os teus doces lamentos me são vida
Enquanto morto em mim te vou sonhando...
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