XXXVII
Não cuides, flor-bonina, que é vil sorte
O cravo que te escreve, em sangue, à pena
Cor do Estio, cor do Sol em tarde amena
Cor do cor que em versos se torna forte...
Não julgues que é d'amor ou doutra morte
Que tanjo este cantar d'alma serena
No quadro em que escrevendo a torno plena
Achada a fonte-luz, perdido o norte...
Não creias, bonina-sol, que é vivendo
Que a rosa em seu perfume se insinua
Quando tal só discorre, em vão, morrendo;
E é por estes meus credos tão dispersos
Que em te vendo singela cor de lua
Te vou desfolhando clara em meus versos!...
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