Ó terra da minha lonjura
Dos cantos de trevos
calados
Semeias voz de ternura
Ribeiros amargurados
Ó terra do sol que se
espraia
Nas eiras da tarde calma
Ó terra de flor como saia
E lenço negro na alma
Que sonho com olhar
langue
Trago nas veias o rio
Que o peito tornou em
sangue
Ó terra de seiva que
medra
Na voz de quem por ti
passa
Ó terra de sombra de
pedra
Que o choro dos homens
amassa
Ó terra de manhã fria
Lágrimas em flor aos
molhos
Levantas-te co'a cotovia
Caem-te as penas dos
olhos
Ó terra de serras viçosas
Ó terra dum país de rosas
Sem ver beleza nos cardos
Ó terra da pátria querida
Que esculpo no coração
Pastor de face aguerrida
De enxada e lança na mão
Ó terra que vou
murmurando
Lembrança de gente
esquecida
Ó terra, em ti me
encontrando
Mais eu te julgo perdida.
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