XLIII
Ias, donairosa, ao romper do dia
As aves nos teus olhos de andorinha
Leves, leves, da aurora que avizinha
Pretos, pretos, das penas que trazia...
Trazias no regaço a canção fria
E ululante voz da ribeirinha
E do vergel colheste, rosadinha
A boca de maçã que lá crescia...
E bela moleirinha, que em verdade
Quiseste que eu encontrasse a liberdade
Fazendo do teu seio o meu caixão;
Enterra-me em amor no pó antigo
Mas deixa no teu peito a mó, o trigo
Rodando eternamente o coração!...
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