São verdes os rios que
levam
Saudades do meu amor
E nos barcos que se
entregam
Aos amantes que navegam
Sem saber rei ou senhor,
O meu amor parte, parte
Parte sempre a navegar
Foi p’rá liça guerrear
Foi servir com sua arte
Lá nas terras d’além mar
Leva os sonhos por
‘standarte
- Quem sabe se há-de
voltar?
São azuis os céus que
guardam
Os olhos do meu caro bem
E nas ondas que sossegam
Os corações que lhe
entregam
Dos que ficam sem
ninguém,
O meu amor canta, canta,
Canta sempre a navegar
Os sinos que ouviu tocar
Lá na terra que lhe
encanta
Das montanhas por sagrar
Onde o sol se alevanta
- Quem sabe se há-de
chegar?
(São negros os montes que
velam
As almas apaixonadas
São altos espinhos que
zelam
E no coração revelam
Leves penas, vis espadas)
São verdes os rios que
levam
Saudades de quem me levou
Nas amarras que se
entregam
Daqueles que então
navegam
E não sabendo por onde
vou
O meu amor sonha, sonha
Sonha em mim no alto mar
Traz nas mãos ao abandono
O meu coração sem dono
E a testa por singrar
E levando por ‘standarte
Aquela que deu por trono
O engenho, zelo e arte
A quem a não soube ver
Quem sabe se há-de
voltar,
Quem sabe se há-de
sofrer,
Quem sabe se há-de
morrer,
Quem sabe se há-de
acordar?
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